Instituído há mais de 200 anos, ainda no século 19, o Dia Internacional do Trabalhador, foi resultado da luta intensa pela jornada de 8 horas diárias de trabalho.

Em 2023, estamos necessitados de lutas idênticas, demonstrando o retrocesso das condições de trabalho no Brasil, após reformas trabalhistas e da Previdência que retomaram quase o mesmo ritmo de exploração de dois séculos atrás. Somamos mais de 12 milhões de desempregados e nenhuma renda formal, com uma expectativa de inflação de 6,5%, juros estratosféricos, estagnação econômica e tendência de maior desestruturação do mercado de trabalho.

Vivemos uma época de confisco dos salários, com dedução de Imposto de Renda para quem ganha menos de dois salários mínimos. Enquanto o menor salário legal está fixado em R$ 1.302, o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos Dieese, aponta que o salário mínimo necessário deveria ser de R$ 6.571,72 em março/2023.

Os direitos trabalhistas e previdenciários foram saqueados nos dois últimos governos brasileiros, facilitado por um Congresso Nacional composto de maioria de deputados federais e senadores representantes das elites e grupos econômicos.

As reformas suprimiram ou prejudicaram direitos trabalhistas conquistados em um século e tornaram praticamente impossível a um mortal comum se aposentar pela Previdência Social, que passou a exigir, para homens, a idade mínima de 65 anos e 35 anos de contribuições para o INSS.

Para flexibilizar as leis, ou como os patrões preferem dizer “desonerar as folhas de pagamentos”, os governos e o Congresso Nacional vendido não se encarregaram apenas de adulterar a legislação trabalhista e previdenciária, mas avançaram também para travar as lutas dos trabalhadores pelos direitos legais e de acordos coletivos, tendo como principal ação a tentativa de matar a capacidade de organização dos trabalhadores através dos Sindicatos.

Sabem muito bem a capacidade de mobilização dos trabalhadores através de suas entidades representativas na defesa de condições dignas de trabalho e do “estado de direito” e fazem de tudo para manchar a imagem dos sindicatos e das lideranças sindicais.

O 1º de Maio, Dia do Trabalhador é um dos momentos simbólicos para apelarmos à nossa consciência sobre da importância da luta e unidade em todas as categorias profissionais. Precisamos urgentemente retomar conquistas históricas, garantir remuneração justa nos salários, na correção do FGTS, das cadernetas de poupança, principal meio da classe
pobre para fazer economia, de preservar empregos, baixar os juros e o rendimento de capital, para que voltemos a crescer pela retomada da produção.

Esta é a nossa luta, não apenas pelos trabalhadores, mas por uma sociedade tratada com justiça e de forma igual em oportunidades.

Sem Sindicato não há direitos e nossa resistência está em nossa capacidade de lutar!
Viva o 1º de Maio!
Viva a luta dos trabalhadores por condições
dignas de trabalho e de vida social!